Resenha – Chantilly
Um diário foi escrito. Catherine Aragon, numa atitude desesperada, escreve suas recordações em busca de socorro. Somente dez anos deopis suas palavras foram ouvidas por um renomado cientista. Ethan Stuart, um homem com pouco carisma, toma as rédeas da situação para tentar ajudá-la. Ele contará com a ajuda de personagens suspeitos: o exótico Leon Saiter, um alcoólatra sem muita perspectiva, que arriscará a própria vida para obter êxito na resolução do caso, e a interessante Anabelle, que vive um dilema dentro de si onde questionará suas verdades e seus valores.
Contracapa de Chantilly
O primeiro livro da autora Mare Soares foi autopublicado em 2010 e relançado numa nova edição em 2014. A história é um suspense no estilo noir com direito a intriga política e um mistério que beira a ficção científica. Acompanhamos Ethan Stuart no seu trabalho de investigar o estranho caso de Chantilly, uma cidade arrebatada por uma doença misteriosa que causou a morte de quase toda a sua população. Guiado pelas memórias de Catherine Aragon, ele se depara com uma conspiração que tenta abafar a verdade sobre o que aconteceu na cidade. Em suas investigações, ele descobre Leon Saiter, um alcoólatra que se diz sobrevivente de Chantilly, mas sem memórias sobre o seu passado na cidade e Anabelle, uma mulher misteriosa que se junta ao trio sob o mesmo pretexto de Leon.
O estilo da autora deixa amplo espaço para a interpretação do leitor, sendo boa parte da narrativa feita através da troca de cartas entre Ethan e Catherine, com algumas cenas narradas em terceira pessoa quando os personagens se encontram no mesmo ambiente físico. A narrativa segue um ritmo tranquilo, mas sempre deixando o leitor atento – se perguntando o que se esconde nas sombras que os personagens não observam. O livro é o primeiro volume de dois e termina deixando o leitor com vontade de partir direto para o próximo.
Por ser o primeiro livro da autora, a escrita é amadora e, em momentos, pode ser confusa, principalmente quando ela troca a pessoa narrativa – passando de terceira para primeira pessoa sem aviso. Outro ponto negativo é o fato de, apesar do ritmo tranquilo, os acontecimentos relevantes serem esparsos, o livro parece corrido e sem foco – não descobrimos muito sobre os personagens, o que acaba gerando um distanciamento. O que prende o leitor é o mistério, a vontade de saber o que acontece depois, de entender o que está acontecendo, mas sem necessariamente haver uma conexão com os personagens envolvidos.
Chantilly é uma leitura rápida e gostosa, principalmente para quem gosta de um mistério e da ambientação noir. Recomendo ler o segundo volume – Copenhagen – logo depois, porque não dá pra esperar para saber a resolução do mistério criado por Mare Soares.
Sobre a autora:
Mare Soares é formada em Mídia pela UFF e, atualmente, cursa mestrado em Comunicação pela Uerj. Nasceu em setembro de 1991 no Rio de Janeiro. Além de Chantilly, publicou também o livro Copenhagen e os e-books Metade Repleto e As aventuras de Ana. É apaixonada pelos filmes clássicos hollywoodianos e pelo ambiente noir e espera um dia ver seus livros passando do papel para as telas de cinema.
Onde comprar:
O livro está à venda no site da autora.